Os direitos arrecadados mundialmente para os criadores de música, audiovisual, artes visuais, teatro e literatura alcançaram um recorde de 9,65 bilhões de euros em 2018, de acordo com o relatório “Global Collections Report 2019”, publicado pela CISAC (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores).
A receita gerada pela exploração digital de obras aumentou 29%, graças à rápida expansão do streaming de música e dos serviços de assinatura de vídeo sob demanda (SVOD). Nos últimos cinco anos, os direitos do setor digital quase triplicaram e agora representam 17% da arrecadação global, contra 7,5% em 2014.
Segundo o relatório, o Brasil foi o país em que as receitas digitais cresceram mais rápido em todo o mundo, a uma taxa de 1800%, em cinco anos.
O aumento dessas receitas em alguns dos grandes mercados, principalmente nos Estados Unidos, França e Japão, é o principal impulsionador do crescimento global. Esse crescimento foi possível graças à assinatura de novos contratos de licença e à extensão dos acordos existentes entre sociedades e plataformas digitais, desde serviços de conteúdo dedicados como o Spotify a plataformas de mídia social como o Facebook e plataformas de vídeo sob demanda, como Netflix e Amazon.
As arrecadações relativas ao repertório musical, que representam a maioria do total mundial, aumentaram 1,8% para 8,5 bilhões de euros, impulsionadas por um crescimento de 29,6% na receita digital e pelo aumento contínuo de streaming de assinaturas.
“Este relatório fornece muitas razões para otimismo em relação ao nosso setor. As receitas digitais mostram um aumento impressionante, quase triplicaram nos últimos cinco anos e têm um enorme potencial para crescimento adicional. Mais mercados estão vendo a receita digital ocupando a primeira posição de todos os fluxos de receita, o que é um sinal extremamente positivo. Em um cenário de fontes de renda fragmentadas, o papel das sociedades de autores na geração de valor monetário para milhões de criadores nunca foi tão vital” – declarou Gadi Oron, diretor geral da CISAC.
O relatório também destaca a necessidade de ação legislativa para trazer remuneração justa aos criadores, convocando os governos a seguirem o exemplo da Diretiva de Direitos Autorais da UE, adotada em abril de 2019.
Jean-Michel Jarre, presidente da CISAC, afirmou: “O digital é o nosso futuro e as receitas para os criadores estão aumentando rapidamente, mas há um lado sombrio do digital, e é causado por uma falha fundamental no ambiente jurídico que continua a desvalorizar os criadores e seus trabalhos. É por isso que a Diretiva Europeia de Direitos Autorais é tão importante para criadores de toda parte. A diretiva enviou um sinal positivo e surpreendente ao redor do mundo, construindo um equilíbrio mais justo entre criadores e plataformas tecnológicas ”.
Fonte: www.cisac.org