Hoje, 17 de outubro, é comemorado o Dia Nacional da MPB. A data foi escolhida por ser a mesma do nascimento da maestrina Chiquinha Gonzaga, a primeira compositora popular do Brasil e uma das pioneiras na defesa do direito autoral.
Chiquinha Gonzaga (Francisca Edwiges Neves Gonzaga) é considerada pelos críticos como uma das fundadoras da MPB. Nasceu no dia 17 de outubro de 1847, no Rio de Janeiro.
Foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil e a primeira a se destacar como compositora na história da Música Popular Brasileira. Começou a compor canções e valsas aos 11 anos de idade.
Casou-se com apenas 16 anos, com o oficial da Marinha Mercante Jacinto Ribeiro do Amaral. Teve três filhos: João Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário. Em 1868 decidiu romper o casamento, depois de uma difícil viagem acompanhando o marido à região da Guerra do Paraguai. Saiu de casa levando o filho João Gualberto. Foi deserdada pelo pai, que a obrigou a abandonar a filha e o filho mais novo.
Conseguiu sobreviver dando aulas de piano e tocando em bailes. Aos poucos, tornou-se reconhecida como compositora, trabalhando ativamente para o teatro musical no Rio de Janeiro.
O primeiro sucesso de Chiquinha Gonzaga foi a polca “Atraente”, de 1877, composta ao piano, de improviso, durante festa em homenagem a Henrique Alves de Mesquita.
Participou intensamente da implantação do choro no Rio de Janeiro dos últimos 20 anos do Império. Contemporânea de Joaquim Calado, frequentava rodas de choro e tocava em festas e bailes com outros chorões.
A partir da década de 1880, vislumbrou uma nova oportunidade profissional com o sucesso do teatro musical no Brasil. Escreveu uma peça de costumes chamada “Festa de São João”. Em 1883, musicou “Viagem ao Parnaso”, com texto de Arthur Azevedo, amigo e incentivador de Chiquinha Gonzaga. O trabalho não foi a frente, pois o preconceito social da época não aceitava uma peça teatral musicada por uma mulher.
Em 1885, conseguiu levar a cena “A Corte na Roça”, uma opereta de costumes. Segundo um jornal da época, esta foi a primeira peça posta em música por uma mulher. A partir de então conseguiu se impor no meio teatral.
Em 1899, compôs sua obra mais conhecida: a marcha carnavalesca “Ó abre alas”.
Viajou diversas vezes à Europa entre os anos de 1902 e 1910, passando temporadas principalmente em Portugal, onde obteve reconhecimento por suas operetas.
Foi uma das pioneiras na defesa do direito autoral, tendo sido uma das fundadoras, em 1917, da SBAT – Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, a primeira sociedade protetora e arrecadadora de direitos autorais do país.
Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de fevereiro de 1935.